A maioria das pessoas vê a angústia como algo a ser eliminado.
Como se fosse um defeito no sistema.
Mas Kierkegaard pensava diferente.
Para ele, a angústia é o estremecimento do espírito diante da liberdade.
Ela não é o fim.
É o início.
A angústia nasce quando algo em nós desperta.
Quando sentimos que não dá mais pra viver no automático.
Ela surge na fronteira entre o que já não somos…
e o que ainda não conseguimos ser.
É desconfortável.
Às vezes doloroso.
Mas também é revelador.
No fundo, a angústia denuncia que estamos vivos.
Vivos por dentro.
Sensíveis demais pra fingir que está tudo bem.
Corajosas o suficiente pra não seguir se anestesiando.
Kierkegaard dizia que a angústia nos prepara para o salto.
Tillich chamaria isso de kairós — o tempo fértil, o agora eterno.
Esse é o tempo da sua travessia.
E talvez, o tempo do seu renascimento.
Débora Aquino
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