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Renovar a mente é recomeçar a vida

Mudar por fora pode até parecer transformação… mas a verdadeira mudança começa por dentro. É quando a gente percebe que o modo como pensa, sente e interpreta a vida já não sustenta mais o que se tornou. Romanos 12:2 fala sobre isso: “transformem-se pela renovação da mente”. Essa renovação não é um esforço mental… é um processo espiritual e existencial. É quando você começa a escutar com mais presença. A escolher com mais consciência. A viver com mais verdade. A fé, nesse caminho, deixa de ser um sistema de crenças… e passa a ser uma abertura. Uma entrega ao novo. Uma confiança de que é possível recomeçar — mesmo sem ter todas as respostas. Renovar a mente é aceitar que velhos pensamentos já não servem. É dar espaço a novos hábitos, novos ritmos, novas formas de estar no mundo. É silenciar o ruído de fora… para escutar a voz que vem de dentro. Essa renovação não acontece de uma vez. Mas começa com pequenas escolhas: de presença, de escuta, de alinhamento com a sua verdade in...

Amar é ver com verdade

Amar, de verdade, é um milagre cotidiano. É quando, por alguns instantes, conseguimos enxergar o outro sem filtros, sem moldá-lo à nossa imagem, sem exigir que ele seja o que precisamos. É quando o amor deixa de ser um reflexo das nossas carências… e começa a ser um espaço de encontro, de escuta, de revelação. Nesse instante, algo do sagrado acontece — porque toda vez que vemos o outro com verdade, tocamos também na essência do ser. Nem todo amor é encontro. Muitas vezes, o que chamamos de amor é só a tentativa de moldar o outro às nossas expectativas — uma projeção do que queremos, não um acolhimento do que é. Mas o amor, na sua forma mais profunda, não se baseia na idealização, e sim na revelação. É quando deixamos de olhar o outro como uma extensão das nossas faltas e começamos a vê-lo como um ser — único, livre, em processo. Kierkegaard dizia que o amor verdadeiro é dever: não no sentido rígido, mas como uma escolha consciente de ver e sustentar o outro em sua existênci...

Ser quem se é: Uma Jornada de coragem e enfrentamento

A pergunta sobre quem somos não é respondida com definições prontas. Ela é vivida. É enfrentada no atrito entre o que esperam de nós… e o que realmente pulsa dentro. Kierkegaard dizia que o verdadeiro eu não é encontrado — é construído. Tornar-se si mesmo é um ato de fé: fé no processo, fé no invisível que ainda estamos nos tornando. Mas esse processo nem sempre é confortável. Karl Jaspers nos lembra que muitas vezes só despertamos para a nossa existência mais autêntica nas situações-limite: momentos de crise, perdas, confrontos inevitáveis. Quando as respostas antigas desmoronam… e a única saída é atravessar. A identidade real não nasce da estabilidade. Ela se revela quando somos desafiados a escolher, a nos posicionar, a nos escutar mesmo quando tudo parece incerto. Ser si mesmo não é ser perfeito. É ter coragem de sustentar a própria presença no mundo, com todas as imperfeições, dúvidas e esperanças que nos tornam humanos. E talvez seja isso: não encontrar um nome defini...

A verdade que se vive no agora

A gente costuma pensar na verdade como algo fixo, objetivo, que precisa ser provado. Mas, no existencialismo cristão, a verdade não é uma ideia… é um encontro. Kierkegaard dizia que a verdade mais profunda é aquela que se torna parte de quem somos — uma verdade encarnada, que se vive com todo o corpo, com toda a alma. Não basta saber o que é verdade. É preciso viver de acordo com ela. Paul Tillich também apontava na mesma direção. No livro The Eternal Now, ele afirma que a verdade não está no passado, nem num ideal futuro. Ela se revela no agora eterno — esse instante em que o tempo toca a eternidade. É aqui, no presente, que a fé acontece. É aqui que a vida se transforma. A verdade não é só aquilo que se diz com palavras. É aquilo que se torna ação. Presença. Coragem. Viver com verdade é parar de fugir da realidade — e começar a responder ao que ela exige de nós. E isso só pode ser feito no agora. No instante em que você se permite ser quem é, sentir o que sente, e...

Transformar-se é voltar para si

Nem toda transformação parece grandiosa do lado de fora. Às vezes, ela é sutil — silenciosa até. Mas por dentro, algo se reorganiza. E a gente começa a se reconhecer de novo. Transformar-se não é abandonar quem se foi, mas acolher quem se é, com mais honestidade. Muitas vezes, o que chamamos de crise é, na verdade, um chamado: um convite para voltar à essência, para parar de fingir, de agradar, de correr atrás de uma versão de nós mesmos que não existe. Esse tipo de transformação não nasce de regras. Nasce do atrito entre o que vivemos e o que somos. Entre o que esperam de nós… e o que precisamos ser. É por isso que transformar-se dói. Porque exige escuta. Exige presença. Exige desapego das velhas respostas. Mas quando acontece — mesmo aos poucos — a gente começa a andar mais leve. Mais inteiro. Mais verdadeiro. E talvez seja isso: Transformar-se não é se tornar outra pessoa. É, enfim, voltar pra casa. Débora Aquino 

A vida começa quando encontramos sentido

Nem sempre é fácil saber o que a gente quer da vida. Às vezes, estamos tão ocupados tentando sobreviver, agradar, corresponder… que esquecemos de perguntar: "Por que estou aqui? O que faz essa vida valer a pena?" Viktor Frankl, psiquiatra austríaco e sobrevivente de campos de concentração nazistas, acreditava que a principal força que move um ser humano não é a busca por prazer ou sucesso — é a busca por sentido. Ele viu isso nos lugares mais sombrios: quando tudo parecia perdido, o que fazia alguém continuar respirando era o vínculo com um “porquê”. Uma causa. Uma responsabilidade. Um amor. Uma escolha interior. Frankl dizia: “Quem tem um ‘porquê’ enfrenta quase qualquer ‘como’.” E essa frase, tão simples, pode ser uma virada na nossa forma de viver. Transformar-se, nesse caminho, não é se tornar alguém perfeito. É começar a viver com propósito. É perceber que mesmo o sofrimento — quando é atravessado com consciência — pode nos levar a uma existência mais autênti...

A fé que fez sentido pra mim

Não foi uma crise, foi um processo. Um esvaziamento silencioso da fé que eu conhecia, até que um dia percebi: eu já não acreditava mais naquele Deus. Mas também não conseguia abandoná-lo por completo. Havia algo dentro de mim que ainda buscava. Ainda chamava. Ainda esperava. Cresci em uma família tradicional presbiteriana e, desde cedo, algo dentro de mim percebia uma desconexão entre o evangelho que lia nas Escrituras e a forma como ele era vivido nas igrejas. Mas eu não tinha ferramentas para questionar. Então, fui estudar teologia — acreditando que ali encontraria as respostas que buscava. Encontrei, sim. Mas foram respostas que primeiro me desmontaram. Descobri que existe um lado não mitológico da fé — uma dimensão simbólica e existencial que os teólogos conhecem, mas que raramente é compartilhada com as pessoas comuns. De repente, os mitos e imagens que sustentavam minha crença ruíram. Aquele Deus que me ensinaram a adorar desde a infância já não fazia mais sentido. Mi...

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