Você já sentiu que precisava continuar, mesmo sem saber para onde? Como se algo em você já tivesse dito sim… antes mesmo da mente entender a pergunta? Esse é o lugar onde nasce a fé. Não como certeza. Mas como travessia. Kierkegaard dizia que a fé é o salto. Mas esse salto não é para escapar do mundo — é para habitá-lo com mais inteireza. A fé não é o fim da angústia. É o que te atravessa enquanto você carrega a angústia nos ombros e, ainda assim, escolhe não desistir de si. Tillich chama isso de coragem de ser. Não de qualquer ser — mas do seu ser mais verdadeiro, mais vulnerável, mais inteiro. A fé começa quando você reconhece que não controla, mas decide confiar. Confiar que viver com inteireza é mais importante do que viver com certeza. Essa é a fé que sustenta. A que te reconcilia com o absurdo da existência sem tirar sua dignidade de existir. Débora Aquino
Jornada Existencial
Filosofia e teologia existencial - Débora Aquino