Vivemos cercados de vozes, externas e internas. Mas poucas vezes paramos para escutar o que realmente importa: A nossa própria alma. E talvez, Deus. Kierkegaard dizia que a verdade não é algo que se descobre "lá fora", mas algo que se torna verdade em nós. E para isso, é preciso silêncio. Tillich chamava esse silêncio profundo de “o agora eterno”. Um instante em que deixamos de correr e simplesmente estamos. Ali, algo se revela. Algo se encontra. A maioria das nossas crises não vem da ausência de respostas. Mas do excesso de ruídos. Ruídos que abafam as perguntas mais verdadeiras. Ruídos que nos mantêm na superfície, enquanto a alma grita por profundidade. A escuta silenciosa não é ausência de som. É uma postura de presença. É o lugar onde deixamos de tentar controlar e finalmente nos permitimos ser tocadas. E nesse lugar… talvez Deus fale. Talvez o seu verdadeiro eu comece a emergir. Não como um conceito. Mas como uma presença. Na espiritualidade viva, não é o mu...
Filosofia e teologia existencial - Débora Aquino