Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de julho, 2025

A responsabilidade de ser quem você é

A gente fala muito sobre liberdade, mas a liberdade sozinha pode virar um vazio. O que transforma liberdade em caminho é a responsabilidade que assumimos por nós mesmas. Não foi de um dia para o outro que entendi isso. Foi na terapia, na filosofia, nas leituras e nas crises pessoais que comecei a perceber: ser livre não é estar solta, é estar consciente. É dizer a si mesma: “Eu sou responsável pelo que escolho, e eu assumo isso.” Essa responsabilidade não é peso morto. É o chão firme de quem constrói a própria vida com coerência. É olhar para dentro, perceber o que faz sentido e sustentar isso mesmo quando o mundo pede outra coisa. Talvez hoje você possa se perguntar: Onde, na sua vida, você já sente essa coerência… e onde ainda está evitando se assumir de verdade? Débora Aquino 

Amar é escolher, e continuar escolhendo

A maioria de nós foi ensinada a esperar o amor. A senti-lo, desejá-lo, talvez até merecê-lo. Mas Kierkegaard nos propõe algo mais exigente — e mais libertador: amar como decisão. Amar como ato que não depende da emoção do momento, mas da escolha silenciosa de permanecer com inteireza. Em As Obras do Amor, Kierkegaard questiona o amor romântico idealizado. Ele diz que o amor que apenas “sente” é instável — e, por isso, irresponsável. O amor verdadeiro, segundo ele, é um dever. Mas não no sentido moralista da obrigação fria. É dever porque nasce da liberdade. Porque só quem escolhe com liberdade pode sustentar o outro na verdade. Amar não é se fundir. Não é salvar. Não é controlar. É ser com o outro sem se perder de si. É continuar presente mesmo quando o encantamento se esgota, quando a imagem ideal do outro se desfaz, e ainda assim você enxerga alguém ali — alguém que você escolhe não abandonar. Amar, então, é um exercício espiritual. Não no sentido religioso institucional,...

Fé : A travessia sem garantias

Você já sentiu que precisava continuar, mesmo sem saber para onde? Como se algo em você já tivesse dito sim… antes mesmo da mente entender a pergunta? Esse é o lugar onde nasce a fé. Não como certeza. Mas como travessia. Kierkegaard dizia que a fé é o salto. Mas esse salto não é para escapar do mundo — é para habitá-lo com mais inteireza. A fé não é o fim da angústia. É o que te atravessa enquanto você carrega a angústia nos ombros e, ainda assim, escolhe não desistir de si. Tillich chama isso de coragem de ser. Não de qualquer ser — mas do seu ser mais verdadeiro, mais vulnerável, mais inteiro. A fé começa quando você reconhece que não controla, mas decide confiar. Confiar que viver com inteireza é mais importante do que viver com certeza. Essa é a fé que sustenta. A que te reconcilia com o absurdo da existência sem tirar sua dignidade de existir. Débora Aquino 

A angústia como lugar de passagem

A maioria das pessoas vê a angústia como algo a ser eliminado. Como se fosse um defeito no sistema. Mas Kierkegaard pensava diferente. Para ele, a angústia é o estremecimento do espírito diante da liberdade. Ela não é o fim. É o início. A angústia nasce quando algo em nós desperta. Quando sentimos que não dá mais pra viver no automático. Ela surge na fronteira entre o que já não somos… e o que ainda não conseguimos ser. É desconfortável. Às vezes doloroso. Mas também é revelador. No fundo, a angústia denuncia que estamos vivos. Vivos por dentro. Sensíveis demais pra fingir que está tudo bem. Corajosas o suficiente pra não seguir se anestesiando. Kierkegaard dizia que a angústia nos prepara para o salto. Tillich chamaria isso de kairós — o tempo fértil, o agora eterno. Esse é o tempo da sua travessia. E talvez, o tempo do seu renascimento. Débora Aquino 

Receba atualizações por e-mail

Enter your email address:

Delivered by FeedBurner