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Mostrando postagens de junho, 2025

O silêncio que revela quem você é

Vivemos cercados de vozes, externas e internas. Mas poucas vezes paramos para escutar o que realmente importa: A nossa própria alma. E talvez, Deus. Kierkegaard dizia que a verdade não é algo que se descobre "lá fora", mas algo que se torna verdade em nós. E para isso, é preciso silêncio. Tillich chamava esse silêncio profundo de “o agora eterno”. Um instante em que deixamos de correr e simplesmente estamos. Ali, algo se revela. Algo se encontra. A maioria das nossas crises não vem da ausência de respostas. Mas do excesso de ruídos. Ruídos que abafam as perguntas mais verdadeiras. Ruídos que nos mantêm na superfície, enquanto a alma grita por profundidade. A escuta silenciosa não é ausência de som. É uma postura de presença. É o lugar onde deixamos de tentar controlar e finalmente nos permitimos ser tocadas. E nesse lugar… talvez Deus fale. Talvez o seu verdadeiro eu comece a emergir. Não como um conceito. Mas como uma presença. Na espiritualidade viva, não é o mu...

Ser verdadeiro é responder ao chamado de ser quem se é

Muita gente fala de verdade como um valor moral. Mas, na jornada da existência, ser verdadeira não é apenas dizer o que se pensa — é ousar existir com inteireza diante de si, de Deus e do mundo. Para Kierkegaard, o desespero não é algo que sentimos apenas nos momentos difíceis. É a própria condição de quem tenta escapar de si — seja fugindo do que é, seja tentando ser o que não é. Desesperar-se é não suportar o peso da liberdade de existir, é perder-se ao tentar agradar, se encaixar, se esconder. E o que nos salva não é uma resposta pronta, mas um chamado: torna-te quem tu és. Tillich diria que esse salto em direção a si exige coragem. Fé, afinal, não é ausência de dúvida — é coragem de afirmar o próprio ser mesmo quando tudo parece instável. É confiar que há sentido mesmo quando não se vê. Frankl nos lembra que há liberdade mesmo no sofrimento, quando escolhemos responder à vida com inteireza — e não com máscaras. Ser verdadeira, então, é se reconciliar com tudo o que em v...

A Bíblia como espelho da existência

Você não está diante de um manual. Está diante de um espelho. A leitura existencial da Bíblia não procura respostas externas, mas verdades internas. Ela parte da ideia de que os textos bíblicos não foram escritos apenas para serem estudados… mas para serem vividos. Quando nos aproximamos com escuta, algo no texto nos atravessa. Não é mais sobre a vida de Abraão, Moisés ou Maria. É sobre a nossa. Sobre o medo que a gente sente, a culpa que carrega, os recomeços que deseja. Kierkegaard diria que a verdade só é verdade quando é vivida. Tillich acrescentaria que a palavra de Deus não é o que foi dito — mas o que nos atinge no agora. Por isso, ler a Bíblia de forma existencial é deixar-se confrontar. É permitir que a palavra nos leia. Você está disposto(a) a não apenas entender o texto… mas deixar que ele revele quem você está se tornando? Débora Aquino 

O silêncio que revela a fé

Às vezes, a fé não grita. Ela só sussurra. E só quem silencia por dentro consegue escutar. A gente cresceu achando que fé era barulho, resposta pronta, segurança absoluta. Mas há uma fé que nasce no espaço vazio — naquela hora em que não tem explicação, nem garantia. Só o silêncio. Fé não é sempre levantar as mãos e declarar com força. Às vezes é sentar em silêncio e respirar com coragem. Abrir um espaço interior. E esperar. Kierkegaard dizia que Deus fala mais claramente no silêncio. Tillich chamava isso de "o abismo do real": aquele momento em que tudo perde sentido, e mesmo assim você permanece. Heidegger chamaria de chamado do ser. Uma convocação sem palavras, mas que ressoa em você. Como se a própria vida dissesse: “Ouça. Há algo mais aqui”. A fé como escuta é uma forma de presença. É quando você não tenta mais explicar — apenas se coloca diante do que é, e escuta com o coração. Talvez você não ouça uma resposta. Mas vai perceber… que você não está sozinha. D...

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