Como você conta sua história


 


Não é o seu passado que te define, mas sua percepção sobre ele.


O único poder que você tem sobre o seu passado é a forma como você conta pra si mesmo sua história. Você constrói sua narrativa de acordo com a sua percepção , o ponto de vista que você escolhe. A sua percepção sobre a sua história é o que define o que você é hoje.


Todo ser humano adora narrativas. Nós criamos nossas próprias narrativas e nos apegamos a elas como forma de explicar o presente. Às vezes para validar um comportamento neurótico, para confirmar um desejo, para simplesmente nos manter na falsa zona de conforto e não assumir o controle e mudar o que precisa ser mudado. Nossas narrativas internas nunca conseguem ser fiéis aos fatos simplesmente, sempre estão subordinadas à percepção, ao ponto de vista.


Como são para dar sentido à nossa existência presente, essas narrativas podem tanto nos manter paralisados ou nos ajudar a ativar nosso potencial. 


Um mesmo fato pode gerar uma narrativa de força e coragem, ou ao contrário, de vitimismo e fraqueza emocional. A forma como percebemos e contamos nossa história é o que faz a diferença. É o que vai dar o tom na nossa vida e nos levar algum lugar.


Uma coisa muito importante, é que a maturidade só vem quando você para de culpar seus pais ou  sua criação  pela sua situação atual. Você toma o que tem nas mãos e segue em frente. 


Nossos pais ofereceram o que tinham a oferecer dentro de suas consciências e condições. Cabe a nós honrar o que recebemos e ser uma pessoa melhor com dignidade. Ser uma pessoa melhor significa ampliar o que você recebeu de bom e tomar posse da própria vida. 


Eu costumava culpar meus pais por não seguir o caminho profissional que eu achava que queria. Na época, eu com 19 anos, queria estudar moda, ser estilista.


O fato é que passei num concurso público e fui ser professora de crianças (na época, só o magistério era exigido). Em seguida fiz uma faculdade de letras português/inglês , porque segundo minha mãe , eu já tinha um emprego seguro.


Eu dizia que queria ser estilista, mas hoje vejo que nem tive o empenho de argumentar a respeito com convicção, simplesmente aceitei o que era mais acessível. 


Uma pessoa que sabe o que quer , paga o preço, argumenta, luta, não desiste…


Por alguns anos eu carreguei a narrativa de que não fui estilista porque meus pais não deixaram. Era mentira. Era a forma fácil de não assumir a responsabilidade - culpar alguém.


Em muitos momentos da vida, meus pais me apoiaram nas coisas mais improváveis e loucas que eu escolhi fazer. Eles estavam sempre lá pra mim, desde que eu mostrasse que era o que eu realmente queria.


Quando tomei a responsabilidade pra mim, parei de resmungar internamente e comecei a gostar do que fazia. Comecei a assumir o caminho que tinha tomado, mesmo que passivamente a princípio. 


Fui professora em colégios por 20 anos. Aprendi muito, cresci muito e sou grata a isso.


Com o tempo , fui percebendo que sou uma pessoa movida a aprender e compartilhar. A promover o desenvolvimento humano, a aprendizagem significativa.


Foi no ambiente escolar que descobri meu propósito , o que me move todos os dias. Percebi que a disciplina que eu ensinava era só um meio para estar lá e instigar aqueles alunos a crescer como pessoas e buscar o melhor de si. Eu gostava das conversas, das construções, do crescimento deles como um todo.


Hoje faço isso de forma mais livre ,da forma que acredito, usando redes sociais, vídeos e agora com este livro.


Quem disse que depois disso eu escolheria ser estilista? A narrativa falhou.

Eu gosto é de desenvolver pessoas.


O trabalho da minha vida é ajudar as pessoas as histórias que contam a si mesmas e se reconectar com sua essência para assim realizar todo seu potencial.


Eu ajudo as pessoas a criar suas narrativas de forma mais responsável, otimista e consiente. 


O que você diz sobre você a si mesmo é capaz de mudar sua história, e eu vou te ajudar a contar uma história de verdade e propósito.


Débora Aquino