As linguagens do pensamento e como aprendemos coisas


Você já se perguntou porque algumas pessoas se concentram mais ouvindo, algumas são mais criativas no silêncio, ou outras conseguem se concentrar perfeitamente em meio a muitos estímulos visuais?

Dawna Markova trata em seus livros: O natural é ser inteligente e How your child is smart a respeito destes canais de percepção e como consumimos, processamos e transformamos informações em ideias e ações.

As linguagens do pensamento podem ser: Visual, auditivo e cinestésico.

Paralelamente temos três modos de pensamento que interferem diretamente na aprendizagem: Modo focado(beta), modo subconsciente(alfa) e modo inconsciente(teta).


O que faz uma grande diferença na hora de ensinar ou aprender alguma coisa nova é compreender como o aprendizado acontece. Quais os mecanismos que a nossa mente utiliza para processar as novas informações até que se transformem em conhecimento.

Aí vem a grande descoberta:

Cada um utiliza uma linguagem preferencial (visual, auditivo e cinestésico) para cada modo de pensamento (focado, subconsciente e inconsciente).

Por exemplo: Descobri que utilizo a linguagem auditiva para me concentrar, estímulos cinestésicos me ajudam processar informações e estímulos visuais provocam meu modo criativo. Meu padrão de aprendizagem então é ACV - Auditivo/cinestésico/visual.

Sabendo disso posso ir pelo meu melhor caminho de aprendizagem e me respeitar no processo.

Cada um tem uma forma de ser inteligente, o desafio é descobrir "como" você é inteligente.

Temos então seis combinações possíveis :


Vamos falar um pouco sobre cada modo de consciência ou pensamento:

1- Temos o modo focado (beta) que é a mente consciente. No estado consciente vemos detalhes das coisas, não nos ocupamos em fazer conexões, apenas consumimos informações e focamos exatamente no tema. Também estamos no modo beta ao executar uma tarefa ou explicar algo a alguém. A mente fica focada apenas no que está acontecendo no momento e dificilmente se perde quando utliliza sua linguagem preferencial.


2- O segundo modo é o subconsciente(alfa) - Neste modo o pensamento fica confuso, tentando organizar informações. Temos dificuldade em segurar o pensamento, dando a sensação de que ele vem e vai na tentativa de se concentrar em uma solução. É a mente tentando processar uma nova informação e conecta-la ao seu arsenal de conhecimentos prévios.

3- O modo inconsciente (teta) é o estado da imaginação. Quando o pensamento voa e nem percebemos como ele se foi. A sensação é de desligamento e descanso. Quando voltamos do estado teta ao modo focado (beta) é como voltar à realidade.


Parece familiar? acontece com todo mundo bem assim...

Ok, mas o que aprendi com tudo isso?

Que aprendemos a valorizar somente o modo consciente(beta) como se os outros dois não fossem importantes, o que é um erro.

Enquanto o modo focado(beta) vê detalhes, partes, recebe informações, o modo subconsciente (alfa) pode mostrar o quanto você ainda carece de informações ou conhecimentos prévios para conectar ao novo tema.

Quando um aluno fica confuso e não consegue compreender o que o professor está ensinando é um indicativo de que o professor precisa contextualizar mais, adequar a linguagem, oferecer mais material para que o novo seja aprendido.

Ou seja, o pensamento alfa é como um termômetro mostrando que ainda existem lacunas para que o aprendizado aconteça.

Agora vamos ao mais polêmico e rejeitado: o pensamento teta, ou o inconsciente, ou..."o viajão".

É justamente neste estado de pensamento que o aprendizado efetivamente acontece. É onde a mente faz as melhores conexões, onde tudo que estava guardado passa a fazer sentido quando se conecta a novas informações. É de onde vem os insights, as ideias.

Muitos artistas utilizam propositalmente este modo de consciência para criar suas melhores obras. Quando você imagina, cria possibilidades, você visualiza possibilidades. Sua mente se acalma e consegue encontrar respostas. São muitas informações e memórias guardadas no inconsciente e que podem ser acessadas quando se tem as ferramentas corretas.

Tudo isso mudou radicalmente a maneira como aprendo coisas novas e como me relaciono com os conhecimentos.

Conhecer como minha mente funciona me proporciona estas ferramentas para a otimização do aprendizado.

Mas como transitar propositalmente entre esses três modos?

Comece observando a si mesmo...

Quando você está ouvindo uma notícia ou prestando atenção em algo, como você fica? Identifique os padrões corporais: posição do corpo, movimentos, tiques...peça para alguém te observar.

Perceba-se também no modo subconsciente - quando não consegue tomar uma decisão, fica confuso sobre uma opinião, não consegue focar em um tema...

Perceba também como é que você se desconecta e viaja em pensamentos. O que você estava fazendo quando se desconectou? Estava olhando fixamente em um objeto? sentindo a respiração? alguma parte do corpo?

Cada pessoa tem uma deixa para "viajar" no pensamento. Descubra a sua.

Deixo a sugestão de duas leituras para se aprofundar no tema:



Dia 13/04 estarei realizando o workshop: Perfis de aprendizagem e desenvolvimento pessoal no Espaço das Ideias em Belo Horizonte. Para saber mais acesse o link