O poder do subconsciente e do inconsciente na aprendizagem


O que faz uma grande diferença na hora de ensinar ou aprender alguma coisa nova é compreender como o aprendizado acontece. Quais os mecanismos que a nossa mente utiliza para processar as novas informações até que se transformem em conhecimento.

Uma coisa muito interessante que tenho estudado e pesquisado muito é que o pensamento funciona de três formas, em três estados de consciência : Beta(mente consciente), alfa (mente subconsciente) e Teta (mente inconsciente).

1- Temos o modo focado (beta) que é a mente consciente. No estado consciente vemos detalhes das coisas, não nos ocupamos em fazer conexões, apenas consumimos informações e focamos exatamente no tema. Também estamos no modo beta ao executar uma tarefa ou explicar algo a alguém. A mente fica focada apenas no que está acontecendo no momento.

2-  O segundo modo é o subconsciente(alfa) - Neste modo o pensamento fica confuso, tentando organizar informações. Temos dificuldade em segurar o pensamento, dando a sensação de que ele vem e vai na tentativa de se concentrar em uma solução. É a mente tentando processar uma nova informação e conecta-la ao seu arsenal de conhecimentos prévios.

3- O modo inconsciente (teta) é o estado da imaginação. Quando o pensamento voa e nem percebemos como ele se foi. A sensação é de desligamento e descanso. Quando voltamos do estado teta ao modo focado (beta) é como voltar à realidade.

Parece familiar? acontece com todo mundo bem assim...

Ok, mas o que aprendi com tudo isso?

Que aprendemos a valorizar somente o modo consciente(beta) como se os outros dois não fossem importantes, o que é um erro.

Enquanto o modo focado(beta) vê detalhes, partes, recebe informações, o modo subconsciente (alfa) pode mostrar o quanto você ainda carece de informações ou conhecimentos prévios para conectar ao novo tema.

Quando um aluno fica confuso e não consegue compreender o que o professor está ensinando é um indicativo de que o professor precisa contextualizar mais, adequar a linguagem, oferecer mais material para que o novo seja aprendido.

Ou seja, o pensamento alfa é como um termômetro mostrando que ainda existem lacunas para que o aprendizado aconteça.

Agora vamos ao mais polêmico e rejeitado: o pensamento teta, ou o inconsciente, ou..."o viajão".

É justamente neste estado de pensamento que o aprendizado efetivamente acontece. É onde a mente faz as melhores conexões, onde tudo que estava guardado passa a fazer sentido quando se conecta a novas informações. É de onde vem os insights, as ideias.

Muitos artistas utilizam propositalmente este modo de consciência para criar suas melhores obras. Quando você imagina, cria possibilidades, você visualiza possibilidades. Sua mente se acalma e consegue encontrar respostas. São muitas informações e memórias guardadas no inconsciente e que podem ser acessadas quando se tem as ferramentas corretas.

Tudo isso mudou radicalmente a maneira como aprendo coisas novas e como me relaciono com os conhecimentos.

Conhecer como minha mente funciona me proporciona estas ferramentas para a otimização do aprendizado.

Mas como transitar propositalmente entre esses três modos?

Comece observando a si mesmo...

Quando você está ouvindo uma notícia ou prestando atenção em algo, como você fica? Identifique os padrões corporais: posição do corpo, movimentos, tiques...peça para alguém te observar.

Perceba-se também no modo subconsciente - quando não consegue tomar uma decisão, fica confuso sobre uma opinião, não consegue focar em um tema...

Perceba também como é que você se desconecta e viaja em pensamentos. O que você estava fazendo quando se desconectou? Estava olhando fixamente em um objeto? sentindo a respiração? alguma parte do corpo?

Cada pessoa tem uma deixa para "viajar" no pensamento. Descubra a sua.

Tudo isso pode te ajudar a provocar esses estados, e principalmente o último, te ajudar a acessar o inconsciente e trazer de lá as peças que faltam para uma decisão.... ou o insight que você precisava ter.

Descobri que pra mim, em particular, funciona olhar atentamente um objeto. Quando me percebo já estou viajando em pensamentos, e para voltar ao consciente é só olhar ao redor.

É meu jeito particular de meditar. Observo uma planta, brinco com o gato, observo a natureza...e vou embora no pensamento....

O que faço é simplesmente  valorizar o que tenho guardado lá no fundo da minha mente trazendo pra fora e transformando em criatividade.

Este texto, por exemplo, foi escrito assim. Eu estava sem saber o que escrever, mas queria escrever. Fui propositalmente ao modo teta e quando voltei simplesmente escrevi. Tudo isso já estava lá dentro de mim, o que fiz foi dar espaço ao inconsciente trabalhar e voltar ao consciente de forma organizada.

Minhas dicas são: ofereça material de qualidade à sua mente, consuma informações relevantes, pesquise muito . Depois disso, dê espaço que sua mente faz o resto.

Acompanhe o blog Educação Criativa e logo falarei mais sobre este tema que tem me fascinado tanto.


Débora Aquino - Educação Criativa